Em 17 de maio de 2025, a Igreja Católica celebra o centenário da canonização de Santa Teresinha do Menino Jesus, nascida Lisieux em 2 de janeiro de 1873, decretada pelo Papa Pio XI apenas dois anos após sua beatificação. O evento, que dura de 4 de janeiro até o Natal, reúne milhares de fiéis no Santuário de Lisieux e em dezenas de localidades ao redor do mundo, marcando a primeira vez que um centenário de canonização recebe um calendário completo de celebrações litúrgicas, culturais e de peregrinação.
Contexto histórico e espiritual
A vida de Teresinha, cujo nome secular era Teresa Martin, ficou conhecida por sua "pequena via" – um caminho de simplicidade, confiança total em Deus e amor infantil ao Menino Jesus. Em 1925, o Papa Pio XI reconheceu oficialmente sua santidade, e o Papa São Pio X a descreveu como "a maior Santa dos tempos modernos". Desde então, Teresinha tem sido associada a conversões e à intercessão em milagres, como a cura da menina cega Reine Fauquet em 1908, primeiro milagre aceito que impulsionou o processo de beatificação.
Detalhes das comemorações em Lisieux
O Santuário de Lisieux organizou um programa intenso:
- 8 de maio – Missa solene às 11h na Basílica, seguida de aula espiritual às 9h45 com o Padre Reitor Emmanuel Schwab.
- 13 de maio – Rosário às 15h30 na cripta, lembrando a suposta cura da menina Reine, e missa às 16h30.
- 16 a 18 de maio – Grande Festa do Centenário da Canonização, com procissões, vigilância de oração e celebração da ‘Eucaristia da Confiança’.
- 7 e 8 de junho – Fim de semana espiritual dedicado ao "Ato de Oferta ao Amor Misericordioso" (9 de junho de 1895).
- 25 de dezembro – Encerramento jubilar com missa natalina que remete à "graça da conversão completa" de 1886.
Além das liturgias, o santuário promove exposições de arte sacra, palestras teológicas e concertos de música sacra que revivem cantos favoritos de Teresinha, como "Hymne à la Foi".
Reações da hierarquia e dos fiéis
Em 2023, o Papa Francisco escreveu a Carta Apostólica C’est la confiance, dedicada ao 150.º aniversário de nascimento da santa, enfatizando que "a misericórdia é fonte de toda felicidade e esperança". O pontífice pediu que o centenário desperte uma "volta urgente ao Evangelho", inspiração que ressoa nas palavras do Padre Paulo Ricardo, que em vídeo comemorativo afirmou que "Santa Teresinha continua a ser a luz que guia pecadores de volta ao seio da Igreja".
Congregações ao redor do Brasil, onde as primeiras igrejas dedicadas a Teresinha foram erigidas, adotaram o tema "Amor que nos abraça na sua misericórdia" em missas de rua, festas populares e transmissão ao vivo das celebrações lisbonenses.
Impacto cultural e perspectivas futuras
O centenário tem efeitos que vão além do religioso: cidades como Paris e Montreal planejam mostras de arte que exploram a "pequena via" de Teresinha, enquanto escolas católicas revisitam seu currículo de espiritualidade infantil. Especialistas em sociologia da religião, como a professora Clara Duarte da Universidade de São Paulo, apontam que a popularidade duradoura da santa reflete um desejo contemporâneo por experiências de fé simples e acessíveis.
Com o encerramento do ano jubilar previsto para o Natal de 2025, autoridades e grupos de peregrinos já avaliam a possibilidade de instituir um "Ano Teresiano" permanente, com retiros anuais e programas de formação espiritual baseados na espiritualidade de Lisieux.
O que vem a seguir?
Após o conclave das celebrações, o Congregação para as Causas dos Santos anunciará a abertura de novos processos de beatificação inspirados nos testemunhos de conversão atribuídos a Teresinha nos últimos três anos. Enquanto isso, o Santuário de Lisieux permanecerá aberto 24 horas por dia para oração, reforçando a ideia de que a santa continua viva na devoção dos fiéis.
Perguntas Frequentes
Como o centenário afeta os peregrinos brasileiros?
As paróquias de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza organizaram missas simultâneas transmitidas ao vivo do santuário. Muitos fiéis aproveitam a oportunidade para renovar votos, participar de grupos de estudo sobre a "pequena via" e planejar visitas a Lisieux nos próximos anos.
Qual a importância da Carta Apostólica "C’est la confiance"?
A carta, assinada pelo Papa Francisco em 2023, destaca a confiança em Deus como caminho de esperança. Ela inspira os fiéis a buscar a misericórdia divina, reforçando a mensagem central da vida de Santa Teresinha.
Quais milagres foram reconhecidos na canonização?
O primeiro milagre foi a cura da cegueira da menina Reine Fauquet em 1908, após ela tocar o túmulo de Teresinha. Outros milagres incluíram curas inexplicáveis de doenças terminalmente avançadas, confirmadas por médicos da época.
Quando termina o ano jubilar de 2025?
O encerramento oficial acontecerá no dia 25 de dezembro de 2025, com uma missa natalina que celebra a "graça da conversão completa". Após essa data, o santuário manterá programas de oração diários.
Quem foi a figura central na organização das celebrações?
O Padre Reitor Emmanuel Schwab coordenou o calendário litúrgico, enquanto o Santuário de Lisieux trabalhou em parceria com a Arquidiocese de Caen e organizações católicas internacionais.
Silas Lima
outubro 1, 2025 AT 22:42O centenário de Santa Teresinha nos lembra que a verdadeira santidade nasce da simplicidade e da entrega total a Deus. Cada missa, cada rosário, é um convite para vivermos com mais humildade e compaixão. Não basta assistir de passagem; devemos deixar que essa fé transforme nossas atitudes no dia a dia. A Igreja está fazendo o seu dever ao promover essas celebrações, e nós, fiéis, devemos responder com coração aberto. Que o exemplo da "pequena via" inspire uma mudança real na nossa sociedade.
Bruno Boulandet
outubro 14, 2025 AT 00:42Gente, se liga nas datas: 8, 13 e 16 de maio tem missa e rosoario no Santuário. Não perde não, tá tudo programado pra galera que quer participar. Vamo que vamo, kkk.
Luara Vieira
outubro 26, 2025 AT 02:42O centenário da canonização de Santa Teresinha representa muito mais que um marco histórico; ele revela a necessidade profunda de uma espiritualidade acessível nos tempos contemporâneos. A "pequena via" propõe um caminho de confiança total, onde a fé não se mede por gestos grandiosos, mas pela sinceridade de um coração infantil diante do Menino Jesus. Essa mensagem ecoa nas comunidades brasileiras, que adaptam as celebrações ao seu contexto cultural, tornando a devoção algo vivo e dinâmico. A presença de professores universitários, como a doutora Clara Duarte, demonstra que a academia também reconhece o valor sociológico desse movimento. Ao revisitar o currículo das escolas católicas, estamos, na prática, reintroduzindo uma pedagogia de amor que favorece a formação integral do indivíduo. A proposta de um "Ano Teresiano" permanente poderia consolidar esses esforços, garantindo que retiros e formações espirituais se tornem parte do calendário anual. A abertura de novos processos de beatificação inspirados nos testemunhos de conversão recentes reforça a ideia de que a santidade ainda é um caminho possível para todos. O Santuário de Lisieux, aberto 24 horas, simboliza a disponibilidade constante da graça divina, um convite à oração a qualquer hora. As missas simultâneas transmitidas ao vivo para São Paulo, Rio e Fortaleza demonstram o poder da tecnologia como ferramenta de evangelização. Cada canto da Liturgia, cada exposição de arte sacra, cria um ambiente onde o sentido de comunidade se aprofunda. A música sacra, ao reviver cantos favoritos da santa, desperta emoções que transcendem o mero ritual. Em Paris e Montreal, os eventos culturais ampliam o alcance da mensagem, mostrando que a fé pode dialogar com a arte contemporânea. A participação de figuras como o Padre Reitor Emmanuel Schwab garante a coerência teológica das celebrações, preservando a integridade do evangelho. Por fim, a presença do Papa Francisco, ao enfatizar a misericórdia como fonte de esperança, reforça que a santidade não é um ideal distante, mas uma realidade que se alimenta da confiança em Deus.
Tais Tais
novembro 7, 2025 AT 04:42Concordo com a reflexão anterior, e ainda acrescento que a abordagem cultural das celebrações traz nova vida ao antigo relato. As mostras de arte em Paris e Montreal, por exemplo, criam pontes entre tradição e modernidade, permitindo que jovens descubram Teresinha de forma criativa. Essa troca cultural enriquece a fé, tornando‑a mais inclusiva e vibrante.